As atividades de produção no âmbito da Química geralmente apresentam riscos e são eventualmente fontes de poluição, já que suas atividades empreendem o uso de substâncias por vezes tóxicas e inflamáveis, que após utilizadas, podem gerar resíduos tóxicos. Na busca de atividades químicas mais responsáveis temos a Química Verde que caracteriza medidas de prevenção contra a poluição causada por atividades da área. Com base nos apontamentos, o presente trabalho tem como objetivo geral a otimização de um solvente natural com base nos solventes eutéticos desenvolvidos de fontes naturais para a extração de compostos bioativos a partir de amostras de descarte da juçara, a fim de substituir os compostos orgânicos voláteis tradicionalmente empregados. Amostras de sementes e polpas de juçara descartadas em condições não ideais para comercialização foram doadas por uma cooperativa local e submetidas a extração em ultrassom por combinações de cloreto de colina com ureia (1:1 mol – solvente eutético). Foi determinado os parâmetros para a extração de: razão amostra/solvente (m/m) 1:4; 15min em banho de ultrassom à 40oC; filtração à vácuo e duas repetições. Para fins de comparação, foi realizada uma extração com solvente tradicional (metanol e acetato de etila v/v 2:1) seguindo estes mesmos parâmetros. Ao compararmos as concentrações de compostos
bioativos obtidas pelos diferentes solventes, o extrato tradicional possui maior eficiência com diferença estatística. No entanto, é importante reforçar que os solventes tradicionais são tóxicos e o extrato deixa o caráter natural. Portanto, a perda de rendimento não impacta a maior aplicabilidade do extrato obtido por NADES, podendo ser utilizado como aditivo natural em formulações alimentícias e/ou farmacêuticas. Sendo assim, o uso de NADES para a extração de
compostos naturais é um método alternativo viável e consistente com os princípios da química verde. Há vantagens no que diz respeito à sustentabilidade.

Palavras-chave: NADES; Química Verde; bioativos; solventes verdes.